sexta-feira, 25 de março de 2011

Nas pegadas das minhas botas trago as ruas de Porto Alegre

Aí está Pegadas de Bebeto Alves. Baita música, um clássico do rock sulista.
O vídeo não fica atrás. Belas imagens da capital gaúcha, que esta semana completa 239 anos.
Parabéns Porto Alegre, e aqueles que tem o prazer de desfrutar desta cidade fantástica.



Pegadas - (Bebeto Alves)

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

Caminhando pelas ruas de
uma cidade americana
Eu percebo que não quero migalhas
Nem tampouco medalhas
Isso tudo é ilusão

Vendo as mesmas mentiras
num país desenvolvido
Armado até os dente para a guerra
Me dói o coração

Perceber a situação que estamos
envolvidos sem perspectivas
De qualquer solução

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

É quando penso na razão que nos leva a acreditar
Que estamos mudando um país
Uma voz vem lá de dentro que me diz

Que o sistem no fundo é o mesmo
e em nós se perpetua
E não cabe mais aqui e agora
essa máquina que nos fez aprendiz

De um poder vagabundo

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

E não podemos mais
desperdiçar energia
Com uma vazia retótica estética
amordaçando o grito de um coração

Que luta contra toda falta de perspectiva
e informação do pensamento
Abatido pelos mísseis imperialistas
dentro de sua própria nação
com toda falta de cultura, sensibilidade,
amor, respeito e educação

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

E fico puto ao constatar que
desperdiçamos tempo parados em segredo
Bebendo num bar que nos feriu
a memória e nos tirou a força humana

O único sentido de revolução de um ser
O objetivo intrínseco de um homem
novo de qualquer geração

Para toda e qualquer falta de possibilidade
Tem que haver reação

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

E agora eu sei que o que nos ensinou a esperar inutilmente
Foi a burocracia, o misticismo e a religião

Esperar por Deus, por alimento, pão
Esperar que as coisas mudem num próximo momento
E eu atento contra a culpa e o sofrimento
judaico-cristão

Contra toda dúvida e medo
Com muita insatisfação

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

Caminhando pelas ruas de uma cidade americana
Eu lembro o poeta Duclós que disse-me estar a salvo -
não é se salvar

E eu complementaria, hoje em dia
se sentir salvo é esperar pela salvação
E nada nos salvará
Um dia, ainda, nos aniquilarão

Parodiando Russians do Tting
eu também diria então
espero que os brasileiros amem seus filhos,
de coração

Nas pegadas das minha botas
Trago as ruas de Porto Alegre
E na cidade de meus versos
O sonho dos meus amigos

Nas pegadas...

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