Falo muito da reciprocidade entre a arte e o ambiente, entre o individuo e o meio. Essa reciprocidade é inegável, assim como é inegável também, o papel da arte nas transformações das sociedades. Pelo mesmo motivo que podemos dizer que o homem é um agente de transformação, podemos dizer que a música é também um agente transformador. A música tem poder de ação.
Durante os tempos, ela se mostra uma ferramenta de inclusão e de mobilização social. Em tempos turbulentos, artistas se dedicaram a compor músicas de protestos, músicas que pudessem não apenas descrever a dor das desigualdades sentidas pelo artista, como também pudessem mobilizar pessoas a sentirem essas mesmas dores. Compunham músicas que pudessem instigar a luta das massas, músicas capazes de fazer os ouvintes lutar pelos mesmos ideais de seus compositores.
A música é expressão. Do mesmo modo como pode expressar o amor individual de um certo apaixonado, ela pode expressar a revolta coletiva. A música impõe sua atitude. A música não é só erudita, para ser estudada e desvendada. Não e só folclórica, ou religiosa, para invocar divindades e celebrar culturas. A música é comércio, é modismo. Música é política, é representação de atitude coletiva. É distinção de classes.
Quando há a identificação social, presente na música, por parte do ouvinte, a música e sua mensagem se tornam parte integrante da coletânea de idéias e de ideologias deste indivíduo.
Um dos grandes poderes da música e fazer poesia e harmoniosas melodias andarem juntas de forma suave ao ouvidos de fino trato, ao mesmo tempo em que sua mensagem é dura e revoltada. Da mesma forma, pode-se expressar uma imensa agressividade, e forte ação nos sons, e sua mensagem vir recheada de ideologias de consumo. A música pode ser maquiada, abstrata, subliminar. A música tem a cara, a cor e o sabor que o ouvinte a der.
A música influencia parte da sociedade previamente disposta a sua mensagem. E por esse motivo, que a música ganhou tanto espaço nas sociedades humanas. Seu imenso poder de difusão e absorção, faz dela um elemento social tão ativo, que é impossível imaginar um grupo social sem música.
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